Se algum dia escrevesse uma obra cujo tema de fundo girasse em torno do futebol, fá-lo-ia em homenagem a Jorge Gonçalves.
Diz o meu Pai que era um jogador incrível. Não o conheci como tal, uma vez que nem era nascido, mas habituei-me a vê-lo, com os filhos, no complexo da JUNI, na Costa.
O que me chamava a atenção era o esmero e o amor que sempre entregava aos rebentos. Chegava a ser comovente.
Um dia, seria um domingo, estava nesse local, com os meus amigos, e os meus Pais, vindos, creio eu, da Penha, passaram por lá. Foi nessa altura que eu soube (pela boca do meu Pai):
- Ah, está ali o Jorge Gonçalves.
E contou o resto: a carreira em Portugal, as lesões (o joelho dele, tantos anos depois, ainda impressionava as vistas mais sensíveis), o abandono precoce. Desde então, fiquei a saber que ao Pai extremoso, havia que juntar a palavra "craque".
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