"Quero uma vida, como sempre quis, na qual não seja necessário estar sempre a justificar a minha singularidade. E em que todos possam, sem excepção, dentro das suas próprias singularidades, ter acesso a uma existência digna. Sem empurrões."
A citação é retirada de um texto que escrevi, enquanto pensava na Pessoa a quem dedicarei as próximas linhas: o meu modelo para criação.
António Variações, que inventou a Pop com mezinhas, parece(u)-me, sempre, genuíno.
O menino de Fiscal, Amares, que cedo abandonou a terra-natal com uma mala repleta de sonhos, e com a certeza, inabalável, de que era cantor, cumpriu-se.
Deu-se ao mundo, aprendeu, cresceu, desbravou, viveu, muitas vezes, no limite.
Chamaram-lhe de tudo. As pessoas, ou a generalidade das pessoas, não conseguem perdoar àqueles que evidenciem determinada característica que se desvie da norma. Não percebem que são iguais, precisamente, por serem todas diferentes.
Não era a roupa que usava, ou o visual que arriscava: era a atitude com que o fazia, "aqui estou eu, e sou assim, sem desculpas". Temos muito, ainda hoje, a aprender com Ele.
A metáfora para a união harmoniosa entre tradição e modernidade, é assim que o defino.
Fez isso como nenhum outro antes ou depois de si.
António Joaquim Rodrigues Ribeiro não foi alguém "muito à frente do seu tempo". Não. António é de todos os tempos, porque intemporal e irrepetível.
Hoje faria anos.

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