Não desejo felicidade. A felicidade é mais um caminho do que um fim. Se nos focarmos demasiado na meta, perdemos as flores que se amontoam na berma da estrada (ainda que rodeadas de espinhos).
O Nicolau, protagonista de "Um (outro) Conto de Natal", apenas queria umas botas. Aquele calçado serviu de metáfora para a sua vida.
Sei que utilizei o termo "desejos" no título, mas a verdade é que não me revejo nele. Prefiro esperança. Ou ideias.
Geralmente, tenho ideias. E essas, misturadas com (a tal) esperança, a intrepidez e alguma dose de noção (talvez a parte mais preponderante) ganham "corpo". As que ganham. Perco muitas, por incapacidade física e mental, ou por outros motivos (de variada ordem).
Eu quero é fazer. O que já fiz não importa. Penso no presente e no futuro.
Quero fazer, fazer, fazer, em condições. Erguer: construir pontes. Esticar os braços até à outra margem.
Sempre pela positiva (não invalidando algum/bastante mau-feitio).
Quero uma vida, como sempre quis, na qual não seja necessário estar sempre a justificar a minha singularidade. E em que todos possam, sem excepção, dentro das suas próprias singularidades, ter acesso a uma existência digna. Sem empurrões.
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