"Eu era criança, aí uns oito anos. Como morava perto do centro histórico, assistia, muito de vez em quando, às movimentações próprias das Nicolinas daquele tempo (década de 50).
(...)
O meu pai levou-me ao cortejo do Pinheiro, num desses anos. Ver aquela gente, homens feitos, descer a cidade enquanto estourava o som das caixas e dos bombos, marcou-me. Ainda hoje, que o oiço ao longe, me arrepia. (...)
Quando fui estudar para Santa Clara, procurei, dentro do que era possível naquele tempo, participar. Que Saudades!
Estive em muito lado, e vi muita coisa, coisas até que não queria. Mas as Nicolinas, que, para quem não sente, não serão nada de especial, estão à flor da minha pele. E, sem nunca a impor, passei a "febre" aos meus filhos, e agora aos meus netos. E continuará por aí adiante."
Testemunho de um senhor que se quis manter anónimo (de Urgezes, Guimarães).
FOTO: Helena Compadre.
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