top of page

UM POSTAL PARA OS QUE JÁ MORRERAM

  • Foto do escritor: Paulo César Gonçalves
    Paulo César Gonçalves
  • 30 de out. de 2020
  • 1 min de leitura

Meus queridos,


espero-vos. Tão só. Não pretendo mais do que isso. No saber, não há certezas: apenas aquela que nos afiança que pouco, poucochinho, sabemos. Como tal, e porque o tempo que nós somos é, cada vez mais, uma correria que nos impele, demasiado, para o passo trocado, precavi-me tendo em vista o Natal: estamos em Outubro e achei por bem começar a escrever-vos por esta altura, melancólica (pelo menos para mim) até aos ossos.


Já não estais junto à lareira, nem sei se o fumo, que se desprende da lenha que range, de algum modo vos guardou; já não apertais os cordões aos catraios nem colocais o café ao lume: quem saberá do vosso calor?


Esta pergunta é pesada. Agora que penso, é mais sensato voltar a este rabisco mais tarde (porque, apesar de tudo, o pior está feito, que é começar. Para terminar ainda há margem. E se não escrever dói, escrever também).


Obrigado por de mim terem feito um fogo-fátuo com memória.


Até daqui a uns dias.




Posts recentes

Ver tudo

1 komentarz


Ana Maria Machado
Ana Maria Machado
30 paź 2020

É tão bom ler textos que relembrem a nossa memória ! Obrigada, Paulo!

Polub

Formulário de Inscrição

Obrigado pelo envio!

©2020 por Biblioteca do Nunca

bottom of page