Meus queridos,
espero-vos. Tão só. Não pretendo mais do que isso. No saber, não há certezas: apenas aquela que nos afiança que pouco, poucochinho, sabemos. Como tal, e porque o tempo que nós somos é, cada vez mais, uma correria que nos impele, demasiado, para o passo trocado, precavi-me tendo em vista o Natal: estamos em Outubro e achei por bem começar a escrever-vos por esta altura, melancólica (pelo menos para mim) até aos ossos.
Já não estais junto à lareira, nem sei se o fumo, que se desprende da lenha que range, de algum modo vos guardou; já não apertais os cordões aos catraios nem colocais o café ao lume: quem saberá do vosso calor?
Esta pergunta é pesada. Agora que penso, é mais sensato voltar a este rabisco mais tarde (porque, apesar de tudo, o pior está feito, que é começar. Para terminar ainda há margem. E se não escrever dói, escrever também).
Obrigado por de mim terem feito um fogo-fátuo com memória.
Até daqui a uns dias.
Comments