Os meus pais não me ensinaram a ser generoso. Eles fizeram muito mais do que isso: deram-me as noções que viriam a desembocar na minha própria versão de generosidade.
Dentro da sua simplicidade, e às vezes excessiva modéstia, souberam e conseguiram colocar-me do lado que considero justo da história: o que eu tenho de bom vem, de uma forma ou de outra, deles. O que eu tenho de mau é exclusivamente meu.
Para mim, a generosidade é transversal, tem a ver com respeito, e trata por igual, na rua ou em qualquer lado, a vendedora de fruta, o padeiro ou a senhora doutora.
A generosidade é, também, o tempo que entregamos ao outro e o reconhecimento que dele, do outro, fazemos: generosidade é, igualmente, saber o que o outro fez por nós. A generosidade é, estou quase convicto, o maior antídoto contra a ingratidão.
A generosidade exige estudo e reflexão (para que estes sejam usados em prol do bem comum).
Generosidade é, acima de tudo, criar. Construir pontes e estradas que nos conduzam à versão mais plena que consigamos erguer.
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