Em 1945, há setenta e cinco anos, foi a Senhora Aninhas chamada a participar na ceia do Pinheiro dos Nicolinos Velhos (ou Velhos Nicolinos), a 29 de Novembro. Assinalavam-se os 50 anos do ressurgimento das Festas (1895-1945), e muitos daqueles antigos estudantes tinham sido, simultaneamente, os “meninos” da já velhinha Madrinha (e Mãe).
A Senhora Aninhas foi por eles homenageada, tendo os antigos estudantes demonstrado por aquela maternal figura o mais profundo sentimento de gratidão e respeito. O Amor era, afinal, mútuo.
Uma semana mais tarde, a 6 de Dezembro, dia de São Nicolau, a Senhora Aninhas também esteve presente num sarau de gala, no Teatro Jordão. Chamaram-na ao palco, tendo os estudantes estendido as suas capas pelo chão, fazendo com que Ela caminhasse sobre aquele improvisado (e distinto) tapete. Seria a derradeira homenagem em vida. A história da Senhora Aninhas é uma lição de vida e a prova de como uma Mulher simples e de origens humildes conseguiu deixar uma marca profunda nos corações de várias gerações de estudantes de Guimarães.
É uma das figuras mais importantes das Festas Nicolinas e uma personagem inesquecível da Guimarães dos séculos XIX e XX. Ana Joaquina de Magalhães Aguiar nasceu a 14 de Outubro de 1860, na freguesia de Quinchães, concelho de Fafe, e faleceu a 2 de Agosto de 1948, em Guimarães. Tem o seu nome ligado à toponímia da cidade e vive, ainda, na memória de quem a conheceu, e até na de quem nunca teve a oportunidade de conhecer.
Bendita seja a sua lembrança.
A Comissão de Festas Nicolinas 2020
(Imagem anexa da autoria de Luis Canário Rocha)
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